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Yazaldes, uma lenda da velocidade portuguesa e um exemplo de tenacidade!

  • Writer: Paulo Aguiar
    Paulo Aguiar
  • Feb 14, 2018
  • 6 min read

Este post é dedicado a Yazaldes Nascimento que no Sábado passado, pela enésima vez saiu

lesionado, no final da sua meia final dos 60 metros dos Campeonatos de Portugal. E este post

também é dedicado aos jovens velocistas que precisam de símbolos e exemplos

como Yazaldes. Conheci Yazaldes na época em que vivi em Massamá e pela mesma altura,

2002/ 2003, em que acompanhei o percurso de um grande juvenil Milton Dias que chegou em

Sherbrooke, no Canadá, à final dos 400 barreiras do Campeonato do Mundo de Juvenis. Yazaldes

e a sua evolução como atleta vem desde esse tempo e se, quem ler este post, tiver a paciência que

se justifica, fica a lembrança do que Yazaldes já fez por Portugal, nesta transcrição do seu

Currilum, do Site de Arons de Carvalho. A "standing ovation" para Kizaka e acredito

verdadeiramente que a sua história ainda não acabou!

QUEM É QUEM

Nome: YAZALDES Afonso NASCIMENTO

Local/data de nascimento: São Tomé e Príncipe, 17-4-1986 (português desde 22-7-2006)

Clubes: JOMA (2002 a 2007), Benfica (desde 2008)

Treinadores: José Uva e outros (2002), João Abrantes (desde 2003)

EVOLUÇÃO

60M(pc) 100M 200M

2004 jun. - 10,88 22,07

2005 6,95 10,80 21,80

2006 s23 6,95 10,68 21,67

2007 6,90 10,42 21,04

2008 7,08 - -

2009 sen. - - -

2010 - 10,47 21,11

2011 6,77 10,39 20,87

2012 6,72 10,37 21,03

2013 6,75 10,44 21,00

2014 6,75 10,21 21,30

2015 6,67 10,16 20,82

2016 - - -

2017 10,39

Outras marcas: 300 m – 34,71 (2007); 400 m – 50,61 (2004) e 48,34 (2007); altura – 1,90 (2003), 1,98 (2004) e 1,90 (2005); comp. – 6,87 (2004) e 7,03 (2005)

PÓDIOS NACIONAIS

CP CPpc CNs23 CNJ CNJv OJov

2003 juv. - - - - 2º (alt) 1º (alt)

2004 jun. - - - 3º(100) - -

2005 - - - 1º(1/200) - -

2006 s23 2º(200) - - - - -

2007 2º(100) 2º (60) 1º(1/200) - - -

3º(200) - - - - -

…………………………………………………………………………..

2011 sen. 1º(1/200) 3º (60) - - - -

2012 2º(1/200) 1º (60) - - - -

2013 1º(1/200) - - - - -

2014 1º(1/200) - - - - -

2015 1º(100) 1º (60) - - - -

2016 - - - - - -

2017 - - - - -

INTERNACIONALIZAÇÕES

Por São Tomé:

- Jogos Olímpicos de 2004: 8º elim. 100 m

- Campeonato do Mundo de 2005: 5º elim. 100 m

Por Portugal:

- Campeonatos da Europa de 2010 (3º el. 4x100 m – apurados para a final) e 2014 (8º nos 100 m e 4x100 m)

- Campeonato do Mundo de 2011 (3º el. 4x100 m) e 2015 /7º el. 100 m)

- Campeonato da Europa de pista coberta de 2015 (5º mf 60 m)

- Campeonato Ibero-Americano de 2010 (3º nos 200 m)

- Europeu de Seleções de 2011 – Superliga (6º nos 4x100 m e 10º nos 4x400 m), de 2014 – I Liga (1º nos 4x100 m) e de 2015 (2º nos 100 m, desc. nos 4x100 m)

- Taça do Mundo de Estafetas (4º el. nos 4x100 m)

- Campeonato da Europa de Sub’23 de 2007 (4º el. 100 m e 2º nos 4x100 m)

RECORDES

- Recordista de Portugal de 4x100 m: Seleção Nacional (Diogo Antunes, Francis Obikwelu, Arnaldo Abrantes, Yazaldes Nascimento), 38,79 (2014) e Seleção Nacional (André Costa, Francis Obikwelu, Arnaldo Abrantes, Yazaldes Nascimento), 38,65 (2015)

- Recordista nacional sub’23 de 4x100 m: Seleção Nacional (Dany Gonçalves, Arnaldo Abrantes, Ricardo Martins, Yazaldes Nascimento), 59,52 e 39,37 (20

BREVE PERFIL

Finalista europeu de 100 m

depois de… Obikwelu

Yazaldes Nascimento cumpriu em 2014 um sonho: foi finalista nos 100 m do Europeu de Zurique. E, depois, ainda o foi também nos 4x100 m, “vingando-se” do azar de quatro anos antes, quando esteve na equipa que alcançou a final mas, lesionado, teve que dar o lugar a João Ferreira. Depois de Francis Obikwelu, nenhum português conseguira chegar a uma final europeia de 100 metros, embora, na prova decisiva, não fosse nada feliz. Teve uma falsa partida… mas não foi o primeiro a fazê-la. Pensou que estava desclassificado, tirou o dorsal e chegou a encaminhar-se para o túnel de acesso à pista. Chamaram-no, voltou aos blocos de partida mas já não estava concentrado e acabou por partir mal e ser último na final.

Voltaria a uma final, dias depois, nos 4x100 m, após uma excelente corrida na eliminatória. Com o tempo de 38,79, a equipa, composta por Diogo Antunes, Francis Obikwelu, Arnaldo Abrantes e Yazaldes, bateu o recorde nacional da final de quatro anos antes (então com um 6º lugar em 38,88) e passou à corrida decisiva. Mas Yazaldes não chegou a receber o testemunho, já que Arnaldo Abrantes fez uma grave rotura muscular quando lhe ia fazer a transmissão …

O atleta do Benfica, nascido em São Tomé (país pelo qual foi olímpico nos Jogos de Atenas’2004) mas em Portugal desde os cinco anos e naturalizado em 2006, já estivera numa outra equipa que fez história: a seleção (Dany Gonçalves, Arnaldo Abrantes, Ricardo Martins, Yazaldes Nascimento) que foi vice-campeã europeia de sub’23 em 2007, com 39,37, ainda recorde nacional desse escalão.

Yazaldes chegou ao atletismo por acaso e estava longe de ser uma esperança da modalidade. Antes, jogou futebol, primeiro no Sporting (como infantil e iniciado), depois, quando a família mudou de casa, no Real Massamá, onde, no entanto, não chegou a ser inscrito, pois era o terceiro estrangeiro e só podiam sê-lo dois. Um deles era Nani, depois vedeta no Manchester United, com quem chegou a fazer alguns treinos. Acabou por desistir.

Grande amigo do antigo atleta do JOMA Milton Dias, viu-o muitas vezes seguir para o treino, ficando em casa, sem nada que fazer. Um dia, resolveu ir com ele. Mas, confessa em entrevista à Revista Atletismo, publicada em Maio de 2011, “não tinha jeito para nada, nem velocidade, nem saltos, nada”. No primeiro ano, a sua melhor prova foi no salto em altura (1,75) e na primeira vez que correu 100 m não fez melhor que 12,30 ou 12,40!... Andou a passar de treinador para treinador (mas foi com José Uva que esteve mais tempo) e foi ao salto em altura que mais se dedicou. Até que, na época de 2002/2003, a sua segunda como juvenil, foi parar ao grupo de treino de João Abrantes. Passou 1,90 em altura, ganhou o Olímpico Jovem e foi vice-campeão nacional juvenil.

A sua passagem para a velocidade foi um acaso. Já júnior (de 1º ano), passou 1,98 logo em Janeiro mas não havia maneira de chegar aos dois metros (“parece que se formou uma barreira a impedir-me”, recorda, na citada entrevista). E, um dia, o seu treinador mandou-o a uma prova de 100 m. Fez surpreendentes 11,04. Passou a velocista, chegando nessa época a 10,88 e 10,75, mas estes ventosos (+2,5 m/s). E acabou por representar São Tomé nos Jogos Olímpicos de Atenas.

As épocas seguintes foram de progressos: 10,88-10,80-10,68 nos 100 m, 22,07-21,80-21,67 nos 200 m. Foi campeão nacional júnior em 2005 e vice-campeão de Portugal (em 200 m) em 2006. Mas a grande época foi 2007: 10,42 aos 100 m, 21,04 aos 200 m e a tal medalha de prata nos 4x100 m do Europeu de Sub’23.

No final da época transferiu-se para o Benfica mas as épocas seguintes foram complicadas. 2008 e 2009 foram anos praticamente em branco devido a problemas no tendão de Aquiles e a uma operação mal sucedida. Esteve para desistir do atletismo, valendo-lhe o apoio do Benfica e a insistência de João Abrantes. Com apenas duas provas anteriores, foi selecionado para o Campeonato Ibero-Americano de Junho de 2010 e regressou com um inesperado (e muito moralizador) 3º lugar. No final da época, foi ao Europeu de Barcelona e ajudou a apurar a equipa de 4x100 m para a final. Depois, veio o momento mais difícil da sua carreira: decidir se estaria ou não em condições de correr a final, face aos problemas que sentira nos músculos posteriores. Acabou por prescindir e dar lugar ao suplente João Ferreira. “Custou-me muito, fiquei destroçado, mas estava em jogo a equipa”. Equipa que foi 6ª com um novo recorde nacional, pela primeira vez abaixo dos 39 segundos (38,88).

Nas épocas seguintes progrediu para 10,39 e 20,87 em 2011 (esteve no Mundial de Daegu) e 10,37 a abrir a temporada de 2012. Mas lesionou-se a seguir e o sonho de regressar aos Jogos Olímpicos esfumou-se. Face à veterania de Francis Obikwelu, Yazaldes Nascimento tornou-se o melhor velocista nacional. A sua época de 2014, aos 28 anos, foi a melhor de sempre (até à altura), chegando aos 10,21 aos 100 m (com mais quatro marcas até 10,30) e atingindo a final do Europeu de Zurique, o ponto mais alto da sua carreira. Nova progressão em 2015, para 10,16 aos 100 m (3º português de sempre) e 20,82 aos 200 m (6º de sempre) mas grave lesão no final da época hipotecou toda a temporada de 2016, voltando a falhar a presença nos Jogos Olímpicos, e parte da de 2017.


 
 
 

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